sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Quase não falamos. A nossa voz é desviada pelos contornos irregulares do nosso destino.
O pior é a saudade que sinto cada vez que fecho um capitulo. Cada dia que passa, a saudade afoga-me o corpo e a alma... e retira de mim, num rápido dilúvio, a esperança que tenho de ver passar um dia por mim... casualmente.
Não te posso julgar. Não fui culpa minha nem tua. A culpa foi desse mesmo destino: da mesma forma que nos juntou, da mesma forma que nos fez conhecer, também nos separou e fez esquecer. Contudo, não consigo afastar-me do teu sorriso. Aquele que ficou preso ao meu. Ambos ficaram entrelaçados pela cumplicidade a que nos submetemos dia-a-dia. Dos abraços apertados que interiormente, nunca mais abriram espaço entre eles. Nunca se separaram. Nunca se partiram.
Ainda me lembro da última vez que te vi: estavas feliz com uma possivél mudança mas, ainda assim, o teu olhar temia o que percebia ser desconhecido. Eu também. Estava feliz por ti. E também temia o desconhecido. Essencialmente a sensação que iria dar de caras logo assim que fosses para longe. A longa verdade que se tornou pesada sobre mim quando a porta do teu carro se fechou e desapareceste no horizonte. O que era estar longe de ti? Que sensação desconhecida era esta? O que era? O que era sentir a falta da tua presença?
Perdi-te naquele horizonte. Confesso que, por vezes, olho para ele e imagino-te a chegar... (Um dia torna-se mania e quando estivermos novamente juntos a passear por ali vou estar a olhar para lá à espera de te ver chegar.)
Ás vezes falo contigo pelas estrelas. Não sou doida ao ponto de esperar uma resposta tua. Claro que não! ... Acho que é uma forma de me sentir mais perto de ti. Sei que temos o mesmo céu por cima de nós, embora tenhamos partes diferentes dele.



(Roménia)

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