quando o antigamente era o presente

a bocado fui com o meu pai ao supermercado comprar umas coisas para casa. assim que cheguei, vi logo uma miudita - que tinha por volta de 9 ou 10 anos - com a mãe, a escolher montes de gomas. associei logo a uma eventual festa de anos e, como é óbvio, lembrei-me das minhas festas de anos e das que eu fui naquela altura.

era tudo tão mágico!

começava por sermos crianças: passavamos a maior parte do tempo a brincar e a correr de um lado para o outro, o receber a prenda tinha outro sabor, assim como apagar as velas, a distribuição dos saquinhos com gomitas, a anciosidade de querer ver o bolo (confesso que ainda hoje sinto isso :3) e, no geral, era sempre passado junto a família. era sempre bom ter o carinho dos pais neste dia. disso, lembro-me eu muito bem e hoje, o que vi já quando estava na caixa para pagar, foi um andar 5 anos atrás na minha vida.

- Mãe, vamos fazer logo os saquinhos quando chegarmos a casa, não vamos?

- Oh querida, hoje é para tratarmos de outras coisas. Agora vamos chegar a casa, fazer os trabalhos e vamos jantar. Os saquinhos fazemos amanhã.

via-se tão bem a ternura que havia na voz da mãe.

- Mas não façam os saquinhos sem mim...

- Claro que não, meu amor! Tu és muito precisa para fazer os saquinhos.

e a mãe deu-lhe um abraço tão querido e começou-lhe a dar beijinhos!

foi tão... a sério. eu fiquei mesmo emocionada. porque secalhar tenho saudades desses tempos. porque secalhar o tempo está a passar depressa demais e, isto para mim, já se está a tornar uma coisa mais vista a ''olhos de adultos''.

já que já tive a minha fase e não posso voltar atrás, quando tiver uma filha (como neste caso) quero que tudo corra ás mil maravilhas. para que ela tenha tantas saudades porque coisas felizes que fazem parte do nosso crescimento é sempre bom termos bem guardadas.

tenho saudades de reviver estas memórias. de sentir: É JÁ AMANHÃ!, cantar músicas do cd da Barbie, estar rodeada de balões, receber aquelas prendas que eram capazes de me arregalar os olhos com a inocência devida, das surpresas (que nunca eram negativas) e, sobretudo, de quando olhavamos uns para os outros com os mesmos olhos.

mas finalmente cheguei a etapa porque tanto esperei. sei que nunca seria capaz de ficar muito longe dela. ah, e como é óbvio, um dia sentirei saudades de estar neste momento a escrever isto.

eu sei que sim... porque eu, já não voltarei mais ''aqui''.