sexta-feira, 23 de dezembro de 2011


A realidade disturcida, afundada no abismo do nevoeiro ardente que cai como se fosse uma mistura de sombras de almas vazias, embora cheias de um nada que de alguma forma preenche, caminhou até mim e questinou o esquecimento.
«Esquecimento? Tu esqueces?»
O que diria eu a uma sábia "mente" que pergunta o que nunca antes foi perguntado. Que junta os fragmentos presos no meu inconciente. Não o conheço. Não me conhece.
«Que perguntas tu?»
É dificil tentar falar de coisas que não sei e não vejo. Coisas que, por vezes sinto, mas que deixo desleixarem-se ao ponto de se desfazerem em bocados incoerentes que me compõem e descompõem alternadamente. 
«As palavras que queria já juntei, respondo-te eu, um vento tão nómada quanto tu.»
Remeto-me ao cabrão desse silêncio que também se esquece. Esquece-se de ser silêncioso.
- Alegremente sei, porém, tristemente, talvez. Sei bem que me esqueci que me esqueci de esquecer. Amanhã pergunta-me novamente... já sinto a minha mente a desvanecer...

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