domingo, 30 de maio de 2010


A luz do sol brilhava e dançava com o horizonte regado de nuvens. Sabiamente, enganava as sombras que se apoderavam de cada vulto perdido de si próprio. Desconhecidos que procuravam dono inteiramente na esperança de sentirem protecção e um corpo quente e nu de sentimentos.
Num vasto campo vagueava alguém. Alguém esse que seguiu essa ilusão.
Correu. Correu como nunca para não se desviar do caminho certo. Ou o que parecia ser o certo.
Porém, no fim, chegou a um precipício. Em frente, no outro lado do mundo, no finito caminho verdejante cheio de novos ares e cores, continuava a luz...
A alma perdida na ilusão de uma saída, olhou para baixo e fechou os olhos.
Seria a resposta afundar-se no abismo? Ou bastaria afundar-se em si próprio?
Pensou, talvez, em saltar para o fundo daquela escuridão ou secalhar, tentou simplesmente reaver a coragem com o seu cansaço ofegante, para que de alguma forma, pudesse passar pela a grande ''pedra'' que se atravessou no seu caminho.
Talvez.
Apertou as duas mãos ao peito e olhou em frente. Respirou fundo e abriu os olhos levemente, com medo de ter cometido um erro: ter gasto a sua coragem em algo supérfluo, enquanto toda ela lhe era necessária para algo que precisava meramente de ser entendido e vivido.
'' Ainda é cedo...'' - sussurrou baixinho.
E deu um passo atrás.

deborarocha
(apeteceu-me por isto aqui novamente...)

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